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terça-feira, 27 de julho de 2010

Homenagem ao Conterrâneo

8º Homenageado: Deusdédite de Sales Rocha


BIOGRAFIA

Deusdédite de Sales Rocha, filho de Francisco Rodrigues de Sales (Chodó) e Izaura da Rocha Sales, nasceu em Francisco Santos – Pi no dia 19 de agosto de 1931. Tendo pai agricultor e comerciante e vivendo boa parte da sua vida juvenil nas fazendas do seu pai em Santo Antônio de Lisboa e em Francisco Santos, desenvolveu, de imediato, um grande amor pelo campo, se destacando, na juventude, como grande vaqueiro da região. O interesse pelo comércio, atividade pela qual ficou conhecido profissionalmente, só veio aparecer posteriormente, após o seu casamento.

Sendo o único filho homem do casal, entre seis filhas, e possuidor de muita sabedoria, capacidade de liderança e de um espírito protetor tornou-se o chefe da família, cuidando e protegendo seus pais e suas irmãs: Rosa, Terezinha (Tetê), Leopoldina (Leó), Alzira, Maria Eremita (Bibi) e Lenite (Lela). Estas sempre o tiveram como pai, buscando nele os conselhos que necessitavam e acatando suas opiniões sobre as coisas da vida. Aos poucos, a função de chefe de família foi-se estendendo também em relação aos seus sobrinhos, pois estes eram, também, por ele zelados protegidos e seguidores de suas lições de vida. Contudo, esta função se consolidou mais firmemente com a formação da sua própria família, através do seu casamento com Nemésia Cipriano da Rocha, com quem teve filhos, netos, bisnetos, sogros, genro e noras e para quem foi o líder maior. Qualquer decisão tomada por algum membro da família era primeiramente comunicada e apreciada por ele. Qualquer problema surgido era por ele resolvido.

Deusdédite casou-se com Nemésia no dia 14 de dezembro de 1950, vivendo com ela até o dia do seu falecimento. Nos cinco primeiros anos de casado Deusdédite residiu em Santo Antônio de Lisboa, trabalhando no campo. No ano de 1956 foi para Francisco Santos, exercendo a função de comerciante. Em 1968 mudou-se definitivamente para Picos, estabelecendo-se nesta cidade como comerciante de produtos alimentícios e utensílios domésticos.

Apesar de ter-se firmado profissionalmente como comerciante, sempre foi um homem de muita sabedoria, amante da cultura e grande incentivador dos estudos na família, não apenas com palavras e orientações, mas sobretudo com gestos de apoio, dando estudos a todos os seus filhos, ajudando na educação de seus netos e abrigando em sua residência muitos parentes que moravam distantes e que precisavam estudar em Picos. Os estudos para ele tinham um valor inexorável. Lembro-me bem das cobranças que fazia aos seus filhos para estudarem e do orgulho com que falava daqueles que tinham se formado ou passado em algum concurso público.

Foi também um grande admirador da poesia e da literatura de cordel, tendo o seu pai Chodó como principal ídolo, não apenas da poesia como também da vida. Apreciador da boa música, ouvia canções de Nelson Gonçalves, Orlando Silva, Orlando Dias, Vicente Celestino, Ângela Maria, Núbia Lafaiete, Clara Nunes, entre outros, além de ter sido um assíduo ouvinte da Rádio Globo, mantendo-se informado sobre as questões econômicas, políticas e sociais da realidade.

Do seu matrimônio com Nemésia, teve 8 filhos: Leticia, Alaide, Vilson, Arlindo, Ivan, Gilvan (In Memoriam), Edvan e Erivan, a quem dedicou a sua vida, educou de forma rígida e ensinou princípios éticos como respeito, amor, honestidade responsabilidade e senso de justiça. Do casamento de seus filhos, teve 8 netos: Cleânia, Clevânia, Deusdédite Jorge, Ronney, Ricardo, Lucas, Luana e Luanda, que criou como filhos seus, estando sempre presente em suas vidas, principalmente nas horas mais difíceis e necessitadas e participando da sua educação. Teve, ainda, três bisnetos: Giovana Leticia, Maria Luísa e Leno Samuel, com quem brincou apaixonadamente e a quem deu bastante carinho durante o convívio. Seus bisnetos constituíram a razão maior da sua vida nos últimos anos e foram o tema central das suas conversas cotidianas e preocupações.

Deusdédite se destacou como homem forte, honesto, de princípios, que dedicou sua vida à família (não se restringindo a esposa e filhos, mas abarcando todos os parentes), ao trabalho (exercendo a função de comerciante com muita honestidade e ética) e a ajudar ao próximo.

Amigo, sempre pronto a auxiliar não apenas seus familiares, mas todos aqueles que o procuravam, exerceu, como o seu pai Chodó, a função de conciliador. Com muita sabedoria ajudava as pessoas na resolução de questões de natureza diversa, dando conselhos sensatos, colaborando financeiramente, dando apoio moral e tudo mais que se fizesse necessário.

Foi um homem sem vícios e luxúria. Seus passeios se resumiam ao trajeto de bicicleta casa-comércio-casa, às visitas aos seus pais nos domingos em Francisco Santos ou a algum parente e amigo quando estava doente ou necessitado.

Viveu com simplicidade e sem luxo, mas não deixou nada faltar aos seus familiares, amigos e conhecidos. Era desprendido dos bens materiais, valorizava a amizade, o respeito e a honestidade. Durante toda a sua vida nunca comprou nada financiado, nunca contraiu uma dívida nem deixou de vender algo a alguém que necessitava e não pudesse pagar.

Foi um homem rígido, de cara dura, fechada, mas de coração mole... um homem sério, que não gostava muito de brincadeiras, mas amoroso e de uma conversa agradável. Não era um homem de palavras doces, mas de ações doces, firmes e dignas. Razões que o tornaram temido algumas vezes, mal compreendido outras, mas muito admirado e respeitado por todas as pessoas que o conheceram e amado por todos aqueles com quem conviveu.

Faleceu aos setenta e oito anos, no dia 29 de junho de 2010, na sua residência em Picos-Pi. Doente há algum tempo e consciente de que a sua partida para a outra vida estava se aproximando, preparou-a, não deixando nenhuma pendência, nenhuma situação a resolver, para “não dar trabalho”, como ele mesmo dizia, planejando e definindo inclusive a respeito de seu futuro funeral e sepultamento.

Foi, sem dúvida, um homem de uma fortaleza admirável. Fez-se forte na vida e na morte. Um homem sábio, digno, que cumpria a palavra dada, que cuidou da sua família e foi firme até seus últimos dias de vida. Um homem que pelos conselhos, zelo e proteção dados e pela preocupação com o bem estar da sua família e dos seus amigos se tornou um filho-pai, um irmão-pai; um esposo-pai, um pai de todas as horas para seus filhos; um avô-pai, um bisavô-pai, um sogro-pai, um cunhado-pai, um tio- pai, um amigo-pai...

O pai de todos e um doutor da vida!

Esse homem é o meu “papaidete”, a quem devo muito do que sou, a quem admiro e amo tanto e a quem vou ser eternamente grata.

(Biografia escrita pela sua neta Cleânia de Sales Silva)

3 comentários:

  1. Cleânia,
    Li a pequena grande biografia de sua autoria sobre seu avô. Tudo que ele foi está dito ali. O que eu acrescentasse, seria supérfluo. Do sempre amigo dele e de toda família.
    João Bosco

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  2. Bosco, obrigada por ratificar o perfil de "Papaidete". Você o conheceu bem e, por isso, pode fazê-lo.
    Sei que nesses últimos tempos estabeleceu mais contato com ele, colhendo informações sobre Francisco Santos e sobre o seu pai Chodó. Lembro-me de você admirar a veracidade e precisão em que ele narrava os fatos acontecidos e do que quanto ele lhe ajudou no resgate da história politica de Francisco Santos. Agradeço por ter lhe dado esta oportunidade. Com certeza, ele se sentiu útil e valorizado na sua simples sapiência.
    Aproveito, ainda, para agradecer a Antônio Jose pela oportunidade que está nos dado de expressarmos, em seu blog, nossos pensamentos, sentimentos e idéias, de conhecermos melhor a nossa querida Francisco Santos e, principalmente, de vermos sendo homenageados pessoas tão queridas como Chodó, Profº Mariano, Deusdédite (Papaidete), Tio Seu Clides, entre outros.
    O blog de Francisco Santos é uma riqueza para todos nós.
    Cleânia Sales

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  3. Meu pai na verdade foi esta pessoa que todos conheciam e admiravam com muito carinho e respeito. Digno e honesto.
    ivan sales

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