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sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Artigo do Conterrâneo José Carmo Filho Residente em Brasília




TRANSIÇÃO PLANETÁRIA


Um rápido olhar sobre os acontecimentos mundiais das últimas décadas leva-nos a meditar sobre o que de fato está ocorrendo com o planeta Terra, não só em relação às questões geológicas e climáticas como também no que se refere aos rumos civilizatórios de sua população. Um processo de profundas mudanças em andamento é claramente perceptível pelas pessoas medianamente esclarecidas. Nota-se uma inquietação geral, típica de crises geradas pelas incertezas, no caso, para onde caminha a humanidade. Este tema, pois, tem sido objeto de permanente debate, assim como título de livros, nome de programas, conferências, congressos, etc.

O assunto em tela tem sido também objeto de interesse da ciência e dos governantes, notadamente no que diz respeito ao clima e à ecologia. Grandes eventos mundiais têm sido realizados, nas últimas décadas, no âmbito dessas matérias, como a Conferência do Rio - a ECO 92, o Protocolo de Kioto e o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas – IPCC. Ao contrário do que era de se esperar, as ações até aqui têm sido pífias, especialmente pela resistência de quem mais contribui para o envenenamento do planeta: os Estados Unidos da América.

O pesquisador inglês e combativo ativista James Lovelock, em seu livro Gaia: Alerta Final, tece pesadas críticas às decisões adotadas no âmbito do IPCC, inclusive a forma como atuaram os cientistas que, em alguns casos, decidiram por consenso. Tal modo de proceder, segundo Lovelock, não se coaduna com o que se espera de quem conhece a fundo causas e efeitos das mudanças sob análise. Afirma citado senhor que as previsões do IPCC, por exemplo, foram subestimadas, fato este comprovado por medições recentes.

Na visão ainda de James Lovelock, a possibilidade da extinção da vida no planeta Terra é fato. No livro A Vingança de Gaia ele afirma peremptório: ‘’vivemos num clima maluco e estamos amaldiçoados não importa o que façamos’’. Apesar de aparentemente exagerada tal conclusão, os registros existentes sobre as alterações no clima, elevação do nível do mar e outros fenômenos telúricos são indicadores preocupantes, até mesmo para os leigos no assunto, como o autor destes comentários.

Nos aspectos geológicos e climáticos, as perturbações são freqüentes e impressionantes. São vulcões a jorrar larvas e fumaças em diversas partes, a ponto de inviabilizar por alguns dias o tráfego aéreo de boa parte do continente europeu. Tsunamis devastadores atingem países com milhares de morte e prejuízos incalculáveis. O excesso de dióxido de carbono, decorrente das queimadas de florestas, da atividade industrial, do uso de combustíveis fósseis e da superpopulação sempre crescente, vai acelerando o aquecimento global. Consequentemente, o processo de degelo se acelera, contribuindo também com a subida do nível dos oceanos. A elevação da temperatura e a acidez crescente das águas do mar comprometem aos poucos as fontes de alimento nelas existentes, especialmente as algas. A desertificação e a seca vão assumindo dimensões preocupantes, reduzindo a produção de alimentos e a fome vai se espalhando, principalmente na África. Necessário ressaltar que estes fenômenos sempre existiram. O que chama a atenção são a frequência, a velocidade e a intensidade dos mesmos, sinalizando sérios riscos para a sustentabilidade da vida no planeta.

O quadro que vai se formando no horizonte é apocalíptico. Ainda assim, observa-se uma passividade estonteante dos detentores do poder. Afinal o que lhes interessa é manter o ‘’status quo’’: crescimento econômico e industrial sem limites, mesmo que isto signifique a exaustão completa dos recursos naturais. Neste contexto, os ambientalistas, incluindo-se aí as ONGS e outros grupos de pessoas preocupadas com a saúde do Planeta, não são bem vistos e muitas vezes até perseguidos por algumas autoridades governamentais.

Nas tradições religiosas, especialmente as cristãs, há menções claras a tempos difíceis, a começar pela Bíblia. Apesar do simbolismo das mensagens evangélicas, há claras referências a profundas transformações que acontecerão. O dia, a hora, ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem mesmo o Filho, mas somente o Pai (Mc, 13, 32). Sobre o mesmo tema também discorre João, no Apocalipse, a partir do cap. 15, bem como Lucas, Mateus, Marcos e Pedro, na segunda epístola. No Livro a Gênese, o francês Allan Kardec, o codificador do Espiritismo, com a responsabilidade que lhe era peculiar, afirmou: ‘’são chegados os tempos, dizem-nos de todas as partes, marcados por Deus, em que grandes acontecimentos vão se dar para regeneração da Humanidade’’. Este objetivo, entretanto, seria alcançado de forma gradual, no seu entendimento, e não passará necessariamente por mudanças físicas bruscas, aterradoras, mas pela predominância dos bons sobre os maus. Para tanto um processo de seleção já teria sido instalado, segundo fontes respeitáveis. Tal fato mantém coerência com a passagem evangélica onde Jesus se refere claramente sobre a separação dos bons e dos maus (Mt .25, 31-33 ).

Sempre fez parte do imaginário popular o fim do mundo. Possivelmente em razão de inúmeras profecias feitas antes e depois da era cristã. No Antigo Testamento, profecias apocalípticas foram feitas por Moisés, Baruc, Daniel e Elias, entre outros. Já em tempo mais recente, são famosas as profecias de Nostradamus e de São Malaquias. Este último teria previsto, com exatidão, a sua própria morte, e mais, teria indicado de forma alegórica os 112 próximos papas, sendo que o atual, Bento XVI, seria o penúltimo.

Muitas datas para o fim do mundo já foram estabelecidas e nada aconteceu. O ano de 2000 é a mais recente. De uns tempos para cá, as especulações se voltaram para o ano de 2012, mais precisamente para o dia 21 de dezembro. Sobre esta nova data muito já foi escrito em livros, artigos, reportagens, etc. Fala-se em mais de 150 livros editados sobre o assunto. Entretanto, limito-me a citar apenas dois: O Cataclismo Mundial em 2012 e o Código de Órion, ambos de autoria de Patrick Geryl, que toma como base para os seus estudos as profecias maias e egípcias. Segundo este autor, a causa para o fenômeno seria a brusca mudança do eixo da Terra, que provocaria, em larga escala, profundas mudanças na geografia do planeta Terra, desaparecendo a civilização tal como a conhecemos agora. Seu trabalho é embasado, em linhas gerais, em complexos e extensos cálculos, tomando-se como ponto de partida suposto desaparecimento de um continente – a Atlântida – submerso após gigantesca catástrofe em tempos imemoriais.

Há, evidentemente, milhares de outras informações sobre o assunto, inclusive livros e programa de TV, na internet, com o título transição planetária. Mas para o fim aqui colimado, esta visão panorâmica parece-nos adequada para o despertar de muitas pessoas, induzindo-as pelo menos a refletir um pouco sobre mundo atual, suas inquietações e sua quase agonia. Necessário ainda ressaltar que não existe nestes comentários nenhuma intenção de provocar pânico ou outros temores. Trata-se tão somente de abordar um tema que, com muita freqüência, vem sendo debatido e comentado pela mídia e outros meios de divulgação, infelizmente com enfoque maior para a exploração do medo. Contrapondo-se a este clima, entretanto, é necessário enfatizar que todas as datas marcadas pelas profecias para o fim de mundo, desde Zaratustra, erram. Ainda bem!

Apesar disso são fortes as evidências no sentido de que algo pode acontecer nestes próximos anos. Há um clamor das pessoas de bem por mudanças, seja entre os cientistas, religiosos, ativistas, pessoas enfim que sonham com um mundo melhor. Parte dos cientistas adverte para os perigos que nos rondam. De outro lado as profecias de todos os tempos falam de dias difíceis, de muitas dores, de muito sofrimento. Evidentemente é perceptível um processo de mudança em andamento, seja no campo físico do planeta, seja nos valores morais e espirituais. De tudo isto resultará uma nova realidade, e esperamos que não ocorra a partir de uma profunda e brusca comoção geológica do planeta Terra. Ainda assim, há os indiferentes ou que ignoram tudo isto por conveniência e se esforçam ainda mais para sugar a última gota de sangue de Gaia. Seriam os que têm olhos e não vêem; têm ouvidos e não ouvem, de que falava Jesus? Há, entretanto, pessoas mais sensíveis e responsáveis que pensam e agem diferentemente. Eu tento ficar entre estas últimas.