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sábado, 27 de fevereiro de 2010

Crônica do nosso conterrâneo, o escritor Francisco Miguel de Moura.


LEIAM COM GOSTO, POIS FOI FEITA COM O CORAÇÃO E COM O CÉREBRO, AQUELE NA MÃO E ESTE NA CABEÇA, MAS SEMPRE VOANDO EM BUSCA DE POESIA E AMOR.

AH, SABEM, A BOA LEITURA É O MELHOR REMÉDIO PARA DEPRESSÃO, FALTA DE MEMÓRIA E TANTOS OUTROS MALES QUE AFLIGEM O HOMEM DO NOSSO TEMPO.
BRAÇOS A TODOS


A BRINCADEIRA MAIS SÉRIA

Francisco Miguel de Moura*

Não tenho vergonha de dizer que faço versos nem como os faço. Todo dia a minha antena funciona: emoção diante da vida ou dos próprios pensamentos, a cota de anos, de dias, de sacrifícios, de prazeres e virtudes, enganos e erros. E ainda topamos com as perplexidades diante das variações do Imposto de Renda e da situação financeira, ou da política – esta porcaria que nos procura diariamente, desde o nosso próprio emprego até o nosso salário e o dos filhos. E estes continuam sempre nossos filhos pelo amor e pela pior situação econômico-financeira do que nós, uma prova de que o mundo vem piorando e, com ele, nosso Brasil. É aqui que se faz crítica em poesia. Entram em ação as paródias e os epigramas, a sátira a permear as imagens de nossa linguagem, cuja forma pode ser soneto, trova, haicai, balada, poema livre etc. É preciso ter cuidado para que o dia-a-dia não se banalize em nossa letra poética. A linguagem da poesia é diferente. Se você quer escrever um artigo é só usar as palavras e frases comuns. Se quer fazer uma confissão, da mesma forma. Não importa que aquele seja no tom sarcástico e este no sentimental, individual.
Não posso ficar com a frescura de dizer que sou um bom poeta, daqueles que o verso/poema/canto salta da cuca e vai direto para a pauta do papel pela esferográfica como criança que nasce de parto normal e de mãe sadia. Tenho minhas pequenas e grandes dificuldades. Elejo temas que continua a glosar em todas as poesias de uma fase. Começo poema que nunca termino, por medo ou incapacidade, não importa. Acompanho os passos de meus poemas, monto-os e os desmonto ao belprazer de minha brincadeira intelectual com as palavras. É assim que se arma uma brincadeira. É assim que se faz poesia também: brincando. Certa vez brinquei de trabalhar um poema e consegui cerca de 10 diferentes formas, evocando o mesmo tema. Não faz muito tempo, foi quando eu e o poeta Hardi Filho construíamos o nosso livro “Tempo Contra Tempo”, editado em parceria, que continua fazendo sucesso de crítica e de leitores. Ontem o fato se repetiu, agora com uma poesia que nem sei se vou publicar. Goza de mim, leitor? Pois é. E não faço bazófia. Se for riqueza, é apenas de autocrítica. Talvez defesa. Não tenho grande memória, supro-a com a fertilidade da imaginação, com o trabalho, com o suor do rosto. Anotações mais anotações. Depois, o poema lírico sai das comportas do “eu”, como sabemos, e a forma é que deve universalizá-lo por metáforas surpreendentes, não aquelas já velhas e surradas, catacréticas e cheias de cataratas que obstruem a visão do leitor.
Sofrer? O poeta é sofrimento e alegria, quase parodiando Fernando Pessoa, em seu “o poeta é um fingidor”. Mas compreendamos. A inteligência pode ser a comum, a que tenho. Depois que o homem inventou a Enciclopédia, o Dicionário, o Computador, sem falar no disco, na gravação, no papel em branco, na tinta e na caneta – o coração e a cabeça devem ficar disponíveis para o amor e o balanço (da dança, da rede ou da mão quando escreve), para que a inspiração corra livre e desimpedida durante o dia. Eu caminho, fora e dentro de casa, e caminhando me encho de “inspiração”. A noite é insondável para a poesia, como a morte. Se uma coisa puxa a outra, digo que meu trabalho “artesanal” segue noite adentro, em busca da melhor forma, do melhor som, da melhor cor – o poema tem cor, podem crer. É a imagem em metáfora ou metonímia, em comparação ou por oposição, correndo para fixar-se em letra de forma, em companhia com o senhor já insondável conteúdo, a mudar de roupa e a querer parecer outra coisa que não ele – sendo ele mesmo. Contexto vivo e palpitante, e nele, a poesia necessária como ar que se respira.

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* Francisco Miguel de Moura, escritor, membro da APL - Academia Piauiense de Letras, Teresina, PI, Brasil, e da IWA - International Writers and Artists Association,Toledo, OH, Estados Unidos

2 comentários:

  1. Chico Miguel,
    apareça mais vezes.
    Ficamos felizes quando podemos contar com a sua colaboração. Afinal, voce é um dos baluartes das letras piauienses e pra nosso orgulho(franciscossantense.
    Que tal postar além de cronicas, poesias, textos que contem um pouco da nossa história.

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  2. ANTONIO JOSE,
    Nao sou filho da cidade, noentanto, fiquei contente pela louvável iniciativa - A criação do presente Blog. Como tenho a "mania" de sempre buscar algo mais na Net, deparei-me com o seu, que por sinal, se faz necessário, haja vista que além dos filhos da terra que moram fora, os "forasteiros", se deleitam por certo com as noticias aqui ventiladas.Meus cumprimentos, pelo despreendimento em criar o presente BLOG, que com certeza, terá sucesso na sua empreitada. Parabéns!

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