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sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Artigo sobre o livro de João Bosco da Siva


A TERRA DOS ESPRITADOS: JENIPAPEIRO


Francisco Miguel de Moura - Escritor, membro da Academia Piauiense de Letras



Jenipapeiro, terra de muitas histórias vividas, inventadas, guardadas na memória dos descendentes dos baianos que, não se sabe como nem por qual razão, ali aportaram em 1818 e criaram um povo: o jenipapeirense, pois franciscossantense é uma invenção nova, de após o desmembramento do município de Picos. São histórias dos alheiros e mangalheiros que percorreram meio mundo, histórias de plantadores de alho e cebola no rio Riachão, e de mandioca e feijão nos dois chapadões que margeiam o rio, e onde hoje plantam cajueiros e colhem mel.


Mas, na verdade, a história social e política de Jenipapeiro, escrita, estava faltando. E o escritor João Bosco da Silva a desfia, corajosamente, em 300 páginas, com sua pena inteligente e viva, em estilo elegante e forte, depois de longa e angustiante pesquisa. História que o envolve e a mim também, passando por gente como Chodó (primeiro vereador de Picos, nascido ali), Miguel Guarani (mestre e violeiro), Sinhô do Diogo, Simplício Pereira, Neném Belchior, Zé de Chico, Joaquim Quaresma, Mundico de Boronga, Divindade, Paderé, Quincó, Areolino, Francisquinha (a mulher que alinhavou a linhagem das famílias iniciais: Rodrigues, Silva, Sousa e Chaves). Envolve a vida dos moradores, poetas e apreciadores de poesia e lorotas: desde os Macacos, ao Diogo, ao Curral Novo: Joaquim de Mãe Ana, Simplício Moraes (primeiro Prefeito), Eliseu Pereira, Nobre, o Pereirinha, o tio Licínio (ou seu Licínio) – fundador e guardião da igreja. Enfim, todos os Santos (com S maiúsculo) e todos os “espritados”, em parte simbolizados na vivência dos poetas Wilton Santos e Zé de Crispim – verdadeiros poetas ambulantes.


Jenipapeiro, terra já hoje bastante próspera e civilizada, passa quinau nas suas vizinhas mais próximas: Santo Antônio de Lisboa e Monsenhor Hipólito (antigos Rodeador e Riachão). Terra dos padres Franco e Mariano da Silva Neto, terra do maior número de apelidos conhecidos em todo o Piauí, quiçá no Brasil.


Que mais poderia dizer? Estilo limpo, corrido, sem muitos atavios nem a carga de anotações de pé-de-página e explicações extras, muitas vezes supérfluas, como soe acontecer com velhos historiadores, João Bosco da Silva, já poeta (veja-se a letra do hino da cidade) e autor também do romance Pensão Cassilda, do livro de contos Geralho e muitas obras inéditas, algumas premiadas em concursos literários principalmente da Fundação Cultural Mons. Chaves, agora é o real historiador de nossa terra, universalizando-a. Finalmente, ponho em destaque a página antológica escrita sobre seu pai – o velho Loura, encerrando a segunda parte do livro. Rico de informações e de cultura, insere também fases da História do Brasil recente, vivida por nosso povo – e o faz de maneira muito eficiente. Porém a matéria principal é a crônica dos “espritados” - palavra popular entre eles e assim pronunciada, significando pessoas que têm espírito (forte, inteligente, vivo, em ação), que enfrentam todos os perigos, todas as barreiras e terminam saindo vencedoras.


“Terra dos Espritados, eu te amo!” – exclama o Autor.


Deliciei-me, na leitura do livro “Jenipapeiro – a Terra dos Espritados”, Gráfica do Povo, Teresina, 2010. Terra de meus pais, avós, bisavós, tetravôs, terra minha. Fiquei com água na boca, vou ler de novo. E amar muito mais minha terra querida e a terra do escritor João Bosco da Silva.

8 comentários:

  1. Parabéns a João Bosco pelo livro de Francisco Santos. O texto é muito bem escrito, de forma clara, espontânea,rica em detalhes, imparcial. Quanta coisa sobre a minha cidade eu não sabia. Primeiro, ele fez aquele Hino maravilhoso, que tanto nos orgulha, agora vem o livro que não ficou atrás.

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  2. Quantas pessoas de francisco santos já viram o texto? nNinguém se manifestou. Será que só se faz comentario na atualidade daquilo que é polêmico, políto, por exemplo. Recebi muitas flechadas quando escrevi sobre a educação na era PT. Tomara que ara seja mesmo pt saudaões. Mas a respeito do livro de João Bosco e da bela terra e da boa gente franciscosantesse ninguém falar. Não gostaram do meu texto? Podem escrever.
    Aguaardo
    francisco miguel de moura

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  3. Gostei do livro e do conjunto da obra de Joao Bosco. Sei que ele e capaz de escrever coisas talvez mais interessantes e profundas, mas as obras relacionadas a terrinha sao particularmente significativas para nos.
    Quando ao Chico e um cara que cresceu no meu conceito, porque mesmo fazendo parte da elite cultural do pais, foi capaz de fazer uma critica a administraçao do governo petista, o que hoje e praticamente proibido, pois a patrulha e pesada.
    Ah! pessoal ele alem de escritor renomado, ativo participante do blog de francisco santos e proprietario de alguns blogs culturais que vale a pena voces acessarem:
    http://franciscomigueldemoura.blogspot.com/
    http://cirandinhapiaui.blogspot.com/
    http://abodegadocamelo.blogspot.com/

    Deem uma passada, talvez gostem. Tem muita coisa boa, inclusive este texto.

    Atenciosamente,
    FAR

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  4. Gostei muito do seu texto, como sempre excelente.
    Tembém estou lendo o livro de João Bosco pela segunda vez, e como dizem viajando... Viajando por lugares onde nunca estive, mas que de tanto ouvir falar através dos meus avós, se tornaram familiares para mim.
    Pois se Itaueira é a minha cidade mãe, Imperatriz é minha cidade adotiva e do coração, diria que Francisco Santos é minha cidade Avó de onde vieram meus antepassados.
    Joao Bosco e Chico Miguel, são nomes que divulgam e engrandecem o nosso velho Jenipapeiro.
    Infelizmente parece que o pessoal realmente se interessa mais por assuntos polêmicos, geralmente políticos, do que os que dizem respeito a história e os costumes da nossa gente.

    Joao Batista Rodrigues BSB/DF

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  5. Parabéns a João Bosco pelo livro e a Chico Miguel pelo texto muito bem escrito, acho que o fez com a alma de franciscossantense. Já li vários de seus livros e acompanho através dos jornais e sites a sua trajetória como escritor e membro da Academia Piauiense de Letras. Esses dois filhos ilustres são motivo de orgulho para nossa terrinha.

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  6. Ah, sim, agora li coisas sobre o livro Jenipapeiro, terra dos espritados! Nós somos meio cheios do espírito por isto que a carne, é boa - sustentada que por uma alma de amantes que vivem a terra, quer de fora, que dentro.
    Falar do artigo ou sobre o artigo é falar de João Bosco, é claro, meu amigo velho e bancário como, ambos aposentados.
    Sobre João Bosco da Siva, vou adiantar: Estou fazendo um revisão geral do livro LITERATURA DO PIAUí, publicado em primeira edição pela Academia Piauiense de Letras. Agora vai ter uma segunda edição, também pela Academia, e João Bosco da Silva será um dos biografados e terá um bom texto na seleção que faço, para um grande público - livro para ficar.
    Ainda João Bosco, se ele não fosse tão tímido e quieto, poderia também candidatar-se a uma cadeira da Academia de Letras da Região de Picos, e também da nossa Academia Piauiense de Letras, por que não?
    AO JOÃO BATISTA RODRIGUES, MEUS AGRADECIMENTOS PELA APRECIAÇÃO TÃO RESPEITOSA, MAS SEI QUE SINCERA E DE ACORDO COM O QUE REALMENTE SENTE.
    Aos anônimos também minhas saudações, esperando que mais dia, menos dias, se decubram para o mundo da internet - que é o mundo mais moderno e popular que temos.
    Ao autor-diretor chefe do blog, só tenho sempre que agradecer a acolhida a mim e aos demais Jenipapeirenses de Francisco Santos e os que deixaram aqui suas raízes, mesmo aquelas raízes mais profunda e recuadas. Já diz o profeta Karl Marx, "a única ciência do mundo é a história, ninguém escapa impune"
    abraços abraços abraços abraços
    francisco miguel de moura (Chico Miguel)

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  7. O meu muito obrigado ao Chico, pelo artigo e por provocar manifestações. Aos visitantes que leram e se manifestaram, ou não se manifestaram, mas leram, também os meus agradecimentos. Tacha-me o amigo Chico de tímido; e sou mesmo. Mas muito mais que tímido, sou modesto, pois não me reconheço com tantos predicados. O livro, conforme manifestações da época do lançamento, foi aplaudido e igualmente contestado. Houve até quem dissesse que era bom do ponto de vista dos Santos. Interessante é que desagradei a muitos dessa família. Antônio José tem insistido para que eu poste mais matérias no blog. Repugna-me "forçar" e/ou impor minha presença constante, pois tal poderia parecer "forçação de barra". Mesmo assim, atendendo solicitação dele, pedi-lhe fazer postagem de um poema em forma de cordel, no qual descrevo as agonias de um sujeito em busca de adquirir a casa própria. O problema da moradia, antes (1980), como agora, é uma das preocupações de todo governante, em todas as esferas. Qual o déficit habitacional do Brasil? 100 mil? 200 mil? No Piauí vai a mais de 40 mil. Não obstante essa terrível problemática social, apenas dois visitantes se manifestaram, anonimamente. Um, para dizer que ninguém aguentaria ler matéria tão grande. Uf! Imagina que são 10 páginas, em espaço 2, em versos de 7 sílabas, que ocupam apenas metade de uma folha de papel. Esse deve ser muito seletivo em suas leituras, pois, certamente, não gostou do que leu. O segundo visitante indagou se aquilo era poesia ou Bíblia. Que é poesia, respondo que sim. Poesia em forma de cordel, gênero que explora, e se apoia, no fantasioso, no grandiloquente, no maravilhoso. Se se bem observar, utilizei a antítese ou contrste como figura de pensamento, que consiste na oposição entre duas idéias. Por exemplo: na IDENTIFICAÇÃO, Heraldo (bronze, brasão)e logo em seguida: Silva, nome de povão. Outro ex: Palácios, casas luxuosas sonhadas pela personagem em contraste com a Casa de Conjunto com que teve de se contentar.E o final? O devedor inadimplente do antigo BNH deu um tiro no ouvido ao ouvir do Pres. Figueiredo que daria um tiro no ouvido se tivesse de viver com um salário mínimo. O Cordel é bom ou ruim? Para esse leitor, não tenho dúvida de que achou "ruim". Quando a ser Bíblia: certamente que NÃO! Embora se possam colher ali alguns ensinamentos, claro que de ordem social, não
    doutrinários, como na Bíblia.
    Abraços a todos
    João Bosco da Silva

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  8. Boa tarde!!
    Prezado Francisco Miguel / Blogueiros.
    É certo que lemos o livro! eu posso afirmar com tranquilidade que há tempos não degustávamos tão saborosos escritos sobre nossa terra. Agradeço ao autor da nota por incluir nas lembranças o meu pai - ZÉ CRISPIM, visto que, é pouco espaço que nem as trezentas folhas do livro "Terra dos espritados" caberiam tantos presentes e saudosos nomes da nossa querida cidade. PARABENS CHICO MIGUEL, JOAO BOSCO, ANTONIO JOSÉ, enfim, parabens a todos os que bravamente tocam pra frente o nosso blog.
    Osni Moura
    SABOEIRO(CE)

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