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segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Neste domingo pequenos agricultores de Francisco Santos - PI, passaram no Globo Rural.

Pequenos produtores de caju de Francisco Santos e cidades vizinhas como Santo Antonio, Monsenhor hipolito e Picos foram entrevistados pelo Globo Rural.
Entre os entrvistados estão Eduardo, Carlos Magno(tulim), socorro de Afonso e seu Esposo Sebastião e Titi de Luiz Banzeiro.

Veja o video do programa na Íntegra, com todas as entrevistas.



Bendito caju

13.12.2009

Quatro ou cinco meses do ano muitos agricultores do nordeste têm o caju como principal fonte de renda. Isso porque o cajueiro é uma planta que resiste à seca e produz justamente quando mais falta água.
No Piauí, um programa de distribuição de mudas vem melhorando a vida de pequenos produtores. Os repórteres César Dassie e Jorge dos Santos estiveram no lugar e encontraram muita gente feliz.
O verde que se destaca na paisagem é o que dá sustento para o nordestino nos meses mais secos do ano.
Na área de transição entre o cerrado e o semi-árido, em períodos de estiagem, a vegetação perde as folhas e fica com uma aparência morta. Esse é um mecanismo de defesa das plantas para aguentar a falta de chuva e a temperatura que gira em torno dos 40ºC. O curioso é que justamente nessa época o cajueiro coloca para fora todo o seu esplendor, com suas folhas verdes e frutos coloridos.
Noventa por cento da produção brasileira de caju sai de áreas impróprias para o desenvolvimento de outras lavouras, segundo cálculos do agrônomo Jaime Cavalcanti, da Embrapa Agroindústria Tropical, com sede em Fortaleza.
“Nessa época do verão, que vai de setembro até dezembro ou janeiro, o pessoal não tem nenhuma outra renda, não tem o que fazer no campo. Ele não deixa o nordestino na mão. Então, eu comparo à poupança: o rendimento é pouco, mas é seguro. Quem não quiser plantar caju, vai plantar o milho ou outras culturas que dão mais dinheiro. Mas é como se fosse aplicação em ações, o seu risco é alto de você perder tudo também”, explicou Cavalcanti.
Essa é a realidade dos pequenos produtores do sudeste do Piauí, que vivem numa região castigada pelo clima extremo. “A região, hoje, sem o caju, se acaba”, falou Eberson Martins de Oliveira, técnico agrícola da Emater do Piauí.
Entusiasmado com o Programa de Distribuição de Mudas de Caju que o governo estadual vem realizando desde 2003, o técnico agrícola da Emater do Piauí, Eberson de Oliveira, traduz em valores as mudanças que ocorreram de lá para cá.
“Aqui, por dia, no pico da safra, está movimentando em torno de R$ 200 mil. Antes do caju ser instalado, a movimentação da produção agrícola nesse período era zero. Era só o que o agricultor conseguia com o feijão e mandioca no período chuvoso. Nessa época que a gente está com produção do caju, antes dele não existia nada”, comparou.
Além da pouca chuva, que por ano não ultrapassa os 500 milímetros, a má qualidade do solo diminui a possibilidade de uma agricultura mais diversificada.
“É um solo com características arenosas, um solo pobre em nutriente. Aqui está muito quente. A bota está estralando. Só o caju para produzir com qualidade e se tornar a riqueza de nossa região”, falou Oliveira.
Riqueza misteriosa, de acordo com o agrônomo da Embrapa Agroindústria Tropical, doutor Emilson Cardoso. “Onde o cajueiro vai buscar água para conseguir produzir tantos frutos é uma boa pergunta. Há muito que estamos estudando o motivo. Nós temos o lençol freático em torno de 300 metros de profundidade. Obviamente, o cajueiro jamais buscará água nessa profundidade. É realmente um enigma descobrir onde esse cajueiro vai buscar água. Uma das ideias que a gente tem é que ele absorve água pelas folhas durante o orvalho. Mas não temos certeza. Temos apenas essa ideia porque obviamente de onde é que vem essa água. O cajueiro ainda surpreende e provoca perguntas, garantindo o nosso trabalho”, brincou.
Nativo do Nordeste, o cajueiro foi eleito pelo governo do Piauí como a planta certa para estimular a economia nas pequenas propriedades. Em seis anos, já foram distribuídos perto de oito milhões de mudas.
A Fundação Banco do Brasil e o Sebrae também participam do fortalecimento da lavoura do caju em nove municípios na região de Picos.
É pela BR-020, que liga o sudeste do Piauí a Fortaleza, no Ceará, que se chega à maioria das pequenas propriedades rurais envolvidas com a produção de caju. São 530 agricultores ligados à Cocajupi, a Central de Cooperativas dos Cajucultores do Piauí, criada para intensificar as atividades junto aos produtores familiares.
Hoje, por exemplo, é dia de colheita no sítio da família Rodrigues, onde estão o seu Sebastião, a dona Socorro e o Carlos, o filho caçula do casal, que, ao contrário dos seus dois irmãos, não teve que ir para a cidade procurar uma vida melhor. “O negócio do caju na região melhorou bastante. Eu já me queixei mais da roça. Hoje, eu não tenho tanta queixa porque o caju está com um preço bom e da para a gente ir vivendo”, disse.
“A agricultura que a gente cultivava era o feijão, a mandioca, o milho. Quando eu era pequeno, a gente pegava castanha e plantava. Meu pai brigava que ocupava espaço das outras agriculturas e arrancava. Ele não gostava. Depois, quando apareceu esse incentivo do governo, foi se expandindo e hoje em dia só se fala no caju”, lembrou seu Sebastião.
Como o trabalho nos 15 hectares de caju depende do esforço familiar, a dona Socorro se desdobra para dar conta dos afazeres. “Eu batalho bastante. Cuido da casa e da roça”, disse.
Dos três mil pés de caju que os Rodrigues têm na propriedade, pelo menos mil foram doados pelo programa de distribuição de mudas.
Depois da colheita do dia, que acaba cedo por conta do sol quente, a família se reúne para separar a castanha do pedúnculo, como é chamada a parte que serve para suco.
“O campeão para fazer esse serviço na família é o pai”, apontou o Carlos.
É que seu Sebastião tem uma técnica especial para fazer o serviço. Com uma linha de pesca, ele dá uma voltinha na base da castanha, um puxão e pronto. “A castanha e o caju ficam bem limpinhos. Não amassa o caju e ele não perde água. Quando está um pouco mole, o caju perde bastante água porque ele apertado para poder conseguir. A linha tira o caju sem nenhum problema”, explicou.
O agricultor que não faz esse trabalho na propriedade vende o caju inteiro para a indústria de suco.
Os incentivos que ocorreram no campo e, consequentemente, a maior oferta de caju pela região despertaram o interesse de empresários que transformam fruta em suco. Quatro fábricas foram instaladas. Só uma delas deve comprar algo em torno de 3,6 milhões de quilos de caju dos pequenos produtores.
“O pequeno produtor cuida bem e zela pela lavoura. Eles começam cedo a colher o caju e trazem a fruta fresquinha. Não da tempo de a fruta deteriorar e ficar muito mole. O suco de caju tem uma boa aceitação no mercado. Só se compara ao maracujá, que é muito bem vendido. São dos dois sucos que mais tem saída no mercado”, justificou Adailton Luís Correia, gerente da indústria.
O caju que cai do pé e resseca não serve para suco/a indústria não quer. A castanha, que não estraga fácil, será separada e vendida. O pedúnculo que murchou também tem destino certo.
O trabalho com os pequenos produtores estimula o uso do caju como um todo. Enquanto no Brasil noventa por cento do pedúnculo se perde no campo, os agricultores da Cocajupi conseguem aproveitar algo em torno de 60%.
Na propriedade do seu Sebastião Francisco de Souza, o pedúnculo entra como principal ingrediente na ração para os animais. “Hoje, quem produz caju sabe o tanto de bicho que pode criar. Se for aumentando o plantio de caju, ele pode aumentar a quantidade de animais”, disse.
Duas vezes ao dia, de manhã e à tarde, basta ouvir o barulho do triturador que o gado já encosta à espera da comida.
Na composição, são colocados 20% de mandioca, seja da raiz ou da maniva, devidamente secas para evitar a intoxicação dos animais; vinte por cento de milho; e 60% de caju, um alimento rico em ferro, cálcio e fibras. Com a ração pronta, basta seu Francisco se aproximar que as ovelhas vão em disparada. No outro piquete, as vacas também aprovam a mistura.
Seguindo o que ocorre com a produção nacional de caju, os agricultores da Cocajupi também têm na castanha sua principal fonte de renda. Neste ano, a produção deve atingir 750 mil quilos, que serão beneficiados nas oito mini-fábricas espalhadas pela região.
Na mini-fábrica do município de Monsenhor Hipólito a castanha é aberta uma a uma, depois de passar por um processo de cozimento. A lâmina que corta a castanha só se fecha com o movimento da perna, embaixo da mesa.
Do lado de dentro da mini-fábrica, a gestora do Sebrae, Geórgia Pádua, destaca o humor das famílias que vivem no campo. “Você a felicidade do produtor, das pessoas envolvidas com a cadeia. É um orgulho, é uma riqueza você trabalhar com a cajucultura. A cada cinco hectares plantados, há uma geração de emprego direto e dois indiretos. É bastante coisa. E hoje em dia nós temos um produtor rural que, no início do projeto, tinha um ganho de R$ 189, consegue ganhar R$ 465, que é o salário mínimo, por mês”, comparou.
Da mini-fábricas, as amêndoas são levadas para a sede da Cocajupi, no município de Picos, onde se faz a seleção e a torra da amêndoa vendida para sete Estados brasileiros.
“O Acre, Rondônia, São Paulo, Rio, Pernambuco, Bahia e Paraná. Nessa safra atualmente, o preço de mercado pago por atravessadores está em torno de R$ 0,70 a R$ 0,75 o quilo da castanha no campo. Hoje, a cooperativa, até essa semana, está recebendo em torno de R$ 1,00. Quer dizer, são R$ 0,25 já no preço na roça. A conseqüência disso é que os produtores não são mais apenas produtores de castanha e sim produtores de amêndoa vendendo direto para o consumidor final”, explicou Luiz Eduardo Rodrigues, diretor da Cocajupi.
Só com a castanha que chega das pequenas propriedades a Cocajupi movimenta cerca de R$ 800 mil por ano. O dinheiro melhorou a vida de muita gente, como da família Rodrigues, que faz questão de mostrar no que se transforma o produto que sai do campo.
“Essa estante já foi com o dinheiro do caju desse ano. Temos uma geladeira também, que eu comprei esse ano com o dinheiro da safra. Há uns quatro anos eu queria comprar uma geladeira. A outra que eu tinha era velhinha, bem menor. Esse ano deu para comprar uma melhor”, comemora a dona Socorro.
De um quartinho do lado de fora da casa, vem o Carlos empurrando sua mais nova conquista. “Eu tinha uma moto um pouco mais velha. A safra esse ano foi bastante aproveitável e consegui trocar a moto numa nova”, disse.
Deu até para comprar uma porteira nova, que está à espera de ser instalada na entrada da propriedade.
No ano que vem, os agricultores da Cocajupi pretendem exportar o caju para os Estados Unidos, França e Itália.

4 comentários:

  1. Adorei saber que nossos conterrnêos estão se dando bem com a produção do Caju....Sinto muita falta desta vivência.....Espero que continue me mantendo informada sobre os mais importantes assuntos que são abordados em nossa cidade...

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  2. isso é o progresso chegando.
    assisití ao vivo na globo, e tenho também esse video.
    fiquei feliz,´pois eles são vizinhos do meu pai aí na br 020.
    monica

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  3. hoje dia 06-02-2001, passou novamente essa reportagem no globo rural, e ela ganhou prêmio como uma das melhores reportagens na aréa agrícola.
    parabens aos conterraneos que participaram dessa belíssima matéria!

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  4. quis dizer:
    06-02-2011

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